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Mercado Exagera na Queda do Dólar? Saiba Por Quê

Desvalorização recente da moeda americana está mais ligada ao recuo das ações de tecnologia do que a uma crise estrutural de confiança, afirma estrategista da Yardeni Research em matéria do Financial Times.

A queda do dólar americano em 2025 tem sido vista por muitos investidores como um sinal preocupante de perda de confiança global nos Estados Unidos. A combinação de políticas protecionistas do presidente Donald Trump, déficits fiscais crescentes e instabilidade nos mercados financeiros alimentou temores de que o status do dólar como moeda de reserva esteja ameaçado. Mas essa narrativa, segundo Ed Yardeni, presidente da Yardeni Research, pode ser exagerada. “A queda do dólar é em grande parte reflexo de uma correção nos mercados acionários — especialmente nas ações supervalorizadas das gigantes de tecnologia conhecidas como Magnificent Seven — e não o prenúncio de uma crise de confiança global no Tesouro dos EUA ou no dólar”, afirmou Yardeni em análise enviada ao Financial Times. Desde o início de abril, o índice do dólar (DXY) caiu quase 10%, acompanhando a retração do S\&P 500 e de ações de empresas como Apple, Nvidia e Meta. A correlação entre o DXY e o ETF que rastreia essas sete empresas tem sido notavelmente alta, o que sugere que a fuga de capital dessas ações também pressionou a moeda americana, à medida que investidores globais diversificaram suas carteiras para mercados europeus e asiáticos.

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“A narrativa do fim do excepcionalismo americano ignora o fato de que os fundamentos do mercado de capitais dos EUA continuam sólidos”, argumenta Yardeni. “O Tesouro dos EUA segue oferecendo o maior e mais líquido mercado de títulos do mundo, e o dólar continua como a moeda de reserva global.”

Além disso, o DXY não é um índice ponderado pelo comércio, como muitos acreditam, e depende fortemente do euro, que representa quase 58% da composição da cesta. Isso significa que movimentos no euro, impulsionados por fatores regionais, também afetam o desempenho do DXY.

  • De fato, enquanto o DXY recuou 8,3% no ano, o índice amplo do dólar do Fed — que reflete melhor os fluxos comerciais — caiu apenas 4,8%.
  • O aumento nas taxas de juros dos Treasuries, que dispararam após o anúncio do regime tarifário de Trump no início de abril, também assustou os mercados e acelerou a correção nas ações, especialmente em empresas de tecnologia que vinham investindo pesadamente em infraestrutura de inteligência artificial.

Dólar DXY – Via Plataforma ActivTrader/ActivTrades

Entretanto, Yardeni observa que a recente divulgação de resultados sólidos de grandes empresas de tecnologia como Microsoft, Alphabet e Meta pode marcar um ponto de inflexão.

  • “Se os investidores retomarem a confiança nas Sete Magníficas, o capital estrangeiro poderá voltar aos EUA e, com ele, o dólar deverá se recuperar.”
  • O estrategista também minimiza os riscos de longo prazo à moeda americana.
  • “Embora os déficits sejam elevados, o dólar ainda oferece estabilidade e liquidez que nenhuma outra moeda consegue igualar. Em momentos de tensão, investidores continuam recorrendo ao dólar — e isso não mudou.”

Para Yardeni, é prematuro interpretar os movimentos de curto prazo como um colapso da hegemonia financeira americana. “O dólar caiu, mas está longe de desmoronar. A história aqui é mais sobre ações do que sobre geopolítica.”

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