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Jamie Dimon: Guerra Comercial de Trump Pode Abalar Credibilidade Global dos EUA

CEO do JPMorgan defende diálogo com China e critica abordagem unilateral de tarifas em meio a nova escalada nas tensões comerciais.

Jamie Dimon, presidente-executivo do JPMorgan Chase, soou o alarme sobre os riscos da guerra comercial conduzida por Donald Trump, afirmando que as ações do presidente norte-americano podem minar a credibilidade internacional dos Estados Unidos. Em entrevista ao Financial Times, Dimon defendeu que Washington deve buscar um engajamento direto com Pequim, diante da recente escalada tarifária e do aumento da volatilidade nos mercados.

“Os Estados Unidos continuam sendo um paraíso”, afirmou Dimon, citando a força institucional, econômica e militar do país. “Mas muita dessa incerteza está desafiando isso. Então, vocês vão continuar lendo sobre isso até que essas tarifas e guerras comerciais se acalmem… para que as pessoas possam dizer: ‘Posso confiar nos Estados Unidos’.”

O comentário surge em meio ao anúncio de novas tarifas “recíprocas” por parte de Trump, que elevaram tributos sobre importações chinesas a até 145%, com exceções pontuais para eletrônicos de consumo.

  • O movimento reaqueceu os temores de uma guerra comercial em larga escala, provocando turbulência nos mercados e uma fuga de investidores dos títulos do Tesouro dos EUA, com disparada nos rendimentos dos papéis de 10 anos.

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Para Dimon, o atual cenário exige cooperação e clareza de objetivos. “Acho que devemos ser claros sobre o que estamos tentando realizar”, afirmou. “E deveríamos fazer isso com aliados… negociar com a Europa, Reino Unido, Japão, Coreia, Austrália, Filipinas. Ter um relacionamento econômico forte.”

O chefe do maior banco dos EUA defendeu que o diálogo com a China poderia começar imediatamente: “Não acho que haja qualquer compromisso agora… mas não precisa esperar um ano. Pode começar amanhã.”

Apesar das críticas à estratégia comercial do governo, Dimon se mostrou otimista quanto à atuação do atual secretário do Tesouro, Scott Bessent. “Acho que ele é o cara que provavelmente deveria estar negociando esses acordos comerciais”, comentou.

Trump, por sua vez, citou publicamente os alertas de Dimon na semana passada para justificar a suspensão de parte das tarifas mais severas, tentando conter o impacto negativo sobre os mercados. Ainda assim, a desconfiança permanece.

“Quando anunciaram as tarifas do Dia da Libertação, foram dramaticamente além do que as pessoas esperavam. Foi um choque para o sistema — globalmente, não apenas nos EUA”, disse Dimon.

Com quase duas décadas à frente do JPMorgan, Dimon é uma das figuras mais influentes de Wall Street. Seus comentários ressoam não apenas entre investidores, mas também entre líderes políticos.

  • Apesar de ser frequentemente cogitado para cargos públicos — incluindo uma eventual candidatura à presidência ou à secretaria do Tesouro —, ele afirma que não tem ambições políticas e que seu futuro após o banco pode estar ligado à mídia: “Tem uma coisinha na mídia que eu posso fazer quando terminar esse trabalho… Mas não vou dizer o que é agora.”
  • Enquanto isso, o mercado segue atento aos desdobramentos das políticas comerciais de Trump e ao papel que os EUA desempenharão em um mundo cada vez mais polarizado economicamente.

Para Dimon, a chave está no diálogo: “Devemos ter cuidado. Não acho que ninguém deva presumir que tem um direito divino ao sucesso.”

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