Queda nas ações e tensões geopolíticas agravam cenário para gigante da tecnologia em meio a nova rodada de controle de exportações.
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A Nvidia, uma das maiores fabricantes de chips do mundo e peça-chave no atual boom da inteligência artificial, anunciou que espera um prejuízo de US$ 5,5 bilhões no último trimestre devido às novas restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos à exportação de chips para a China. A medida atingiu em cheio o chip H20, desenvolvido especialmente para o mercado chinês, que agora exige uma licença especial para ser comercializado no país asiático. A notícia fez as ações da Nvidia despencarem 6% nas negociações após o expediente nesta terça-feira, com reflexos negativos também nos contratos futuros do índice Nasdaq 100, que recuaram mais de 1%. A nova regulamentação representa mais um capítulo na escalada da guerra comercial entre Washington e Pequim, que tem a tecnologia como principal campo de disputa.
Segundo a empresa, o governo norte-americano justificou a exigência de licenças afirmando que há risco de os chips H20 serem utilizados em supercomputadores chineses, que poderiam ter aplicações militares estratégicas.
- O Departamento de Comércio confirmou a introdução de novas regras para o H20, o MI308 da concorrente AMD e outros chips similares, reforçando o compromisso dos EUA com a proteção da “segurança nacional e econômica”.
- A restrição atinge duramente a Nvidia, cuja receita com chips vendidos à China chegou a US$ 17 bilhões no último ano — sendo que o modelo H20 representou aproximadamente US$ 12 bilhões desse total, segundo analistas da Bernstein.
- A empresa ainda não sabe se as licenças de exportação serão concedidas, o que pode significar a eliminação dessa linha de produtos no país asiático.
O episódio evidencia como a Nvidia está cada vez mais vulnerável às tensões geopolíticas. Mesmo com tentativas recentes de aproximação com o presidente Donald Trump — incluindo reuniões e jantares com o CEO Jensen Huang —, as decisões do governo têm se mostrado firmes na contenção do avanço tecnológico chinês.
- Apesar do revés, a Nvidia anunciou planos ambiciosos de investimento: até meio trilhão de dólares em infraestrutura de IA nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, em parceria com empresas como TSMC e Foxconn.
- O anúncio, porém, não foi suficiente para conter o impacto negativo da repressão aos chips H20.
As ações da empresa acumulam queda de 16% desde o início do ano, pressionadas pelo clima de incerteza no setor e pelo temor de uma nova corrida armamentista tecnológica.
- O governo Trump, além das restrições já anunciadas, iniciou esta semana uma investigação de segurança nacional que pode resultar em tarifas adicionais sobre semicondutores.
- A nova medida ocorre mesmo após os controles anteriores impostos pelo governo Biden, que já haviam limitado a exportação de chips avançados.
- Agora, uma regra de “difusão de IA”, herdada da gestão anterior e prevista para entrar em vigor em maio, deve endurecer ainda mais os controles, salvo decisão contrária da atual administração.
Em resposta, a Casa Branca convocou a China a renegociar termos comerciais. “A bola está na quadra da China”, disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt, enquanto legisladores republicanos pressionam pela revogação das novas regras.
A embaixada chinesa em Washington não comentou o caso, mas Pequim já havia acusado os EUA de usar argumentos de segurança nacional para frear seu desenvolvimento tecnológico.
- Internamente, o governo chinês vem incentivando empresas a adotarem chips nacionais, como os da Huawei, e pode barrar ainda mais os produtos da Nvidia com novas regulamentações.
O cerco aos chips de IA coloca a Nvidia no epicentro de uma disputa global que transcende os negócios e caminha para o domínio das tecnologias do futuro.
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