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Pessimismo Com o Dólar Atinge Maior Nível Desde 2006, Aponta Pesquisa do BofA

Investidores fogem dos EUA em meio à guerra comercial de Trump e temores de recessão global.

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O pessimismo global em relação ao dólar americano atingiu seu nível mais alto em quase duas décadas, segundo a mais recente Pesquisa Global de Gestores de Fundos do Bank of America (BofA). O levantamento mostra que 61% dos entrevistados esperam que o dólar se desvalorize nos próximos 12 meses — o maior percentual desde maio de 2006 — em um reflexo direto da turbulência causada pela guerra comercial desencadeada pelo presidente Donald Trump. A moeda americana já caiu 9% em 2025 frente a uma cesta de moedas principais, com a desvalorização se intensificando após o anúncio das tarifas “recíprocas” em 2 de abril, conhecidas como “tarifas do dia da libertação”, que atingem os principais parceiros comerciais dos EUA.

Fuga de ativos dos EUA

A pesquisa, realizada entre 4 e 10 de abril com 164 gestores que administram um total de US$ 386 bilhões, também revelou que um número recorde de investidores pretende reduzir a exposição às ações dos EUA.

  • Um saldo líquido de 53% dos entrevistados sinalizou intenção de sair do mercado americano, revertendo o otimismo recente.
  • A desconfiança ficou evidente quando as chamadas “Sete Magníficas” — as grandes ações de tecnologia dos EUA — perderam seu status de investimento mais popular pela primeira vez em dois anos, sendo superadas pelo ouro, tradicional porto seguro em tempos de instabilidade.
  • Após os anúncios tarifários, o índice S&P 500 perdeu mais de US$ 5 trilhões em valor de mercado em apenas três dias, gerando pânico nos mercados e alimentando expectativas de uma recessão econômica global.

Crise de confiança

Embora parte das tarifas tenha sido suspensa na semana passada — com exceções notáveis, como a China, que permanece sujeita a medidas mais duras — os investidores continuam avessos ao risco.

  • O relatório mostrou que a tolerância ao risco caiu ao menor nível em dois anos, com gestores priorizando ativos defensivos como títulos públicos, dinheiro em caixa e ações dos setores de saúde e serviços públicos.
  • “O mercado está passando por uma crise de confiança nos EUA”, disse o chefe global de negociação de ações à vista de um grande banco europeu ao Financial Times.

“O problema é que, em três minutos, pode sair uma manchete da Casa Branca que muda tudo — para melhor ou pior. Ninguém quer parecer tolo diante dessa volatilidade.”

Piora na perspectiva global

O pessimismo não se restringe ao dólar ou ao mercado americano.

  • A expectativa de crescimento global também despencou: 82% dos entrevistados acreditam que a economia mundial desacelerará nos próximos 12 meses — um colapso no otimismo em relação a dois meses atrás, quando a opinião estava dividida.
  • Além disso, a maior proporção de gestores desde antes da crise financeira global de 2008 considera que a perspectiva para os lucros das empresas americanas é desfavorável.
  • Para 80% dos participantes, o maior risco para os mercados é uma recessão induzida pela guerra comercial.

Com incertezas crescentes e decisões de política econômica altamente imprevisíveis, o cenário é desafiador não só para o dólar, mas para o posicionamento global dos investidores em 2025.

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