Bancos de Wall Street Arrecadam US$ 37 Bilhões Com Boom Comercial Gerado por Trump

Volatilidade impulsionada por tarifas e incerteza global alimenta melhor desempenho em mais de uma década.

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Os cinco maiores bancos de Wall Street arrecadaram quase US$ 37 bilhões em receitas comerciais no primeiro trimestre de 2025, marcando seu melhor resultado em mais de uma década. O desempenho recorde foi impulsionado por um surto de volatilidade nos mercados financeiros, estimulado pela nova onda de anúncios de tarifas e incerteza econômica promovida pelo segundo mandato do presidente Donald Trump. JPMorgan Chase, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Bank of America e Citigroup registraram ganhos expressivos com negociações, especialmente no mercado de ações, que saltou 34% em comparação ao mesmo período de 2024 — cerca de US$ 16 bilhões adicionais. Todos relataram receitas recordes com trading de ações. A renda fixa também teve desempenho robusto, com crescimento de 6%, atingindo US$ 21 bilhões, o maior nível desde a pandemia, de acordo com matéria do Financial Times.

A liderança nas receitas totais de negociação ficou com o JPMorgan, que arrecadou US$ 9,7 bilhões, um aumento de cerca de 20% em relação ao ano anterior.

• Já o Goldman Sachs manteve o topo no mercado de ações, com US$ 4,2 bilhões em receitas, embora tenha sido quase superado pelo Morgan Stanley, que cresceu 45% no segmento e ficou a apenas US$ 70 milhões de distância.
• Enquanto isso, Bank of America e Citigroup apresentaram ganhos mais modestos, com aumentos abaixo de 20%.
• O Citigroup, porém, reportou um avanço de 20% nos lucros, para US$ 4,1 bilhões, e o Bank of America registrou lucro líquido de US$ 7,4 bilhões, alta de 11%, ambos impulsionados pelo desempenho em trading.

A volta dos traders

O resultado reforça o retorno à relevância de um setor que, desde a crise financeira de 2008, havia perdido protagonismo.

• Hoje, os grandes bancos evitam apostas com capital próprio e priorizam a intermediação e financiamento de operações para clientes, modelo que se mostrou resiliente diante da atual instabilidade.
• A volatilidade recente tem origem em múltiplos fatores, incluindo os rápidos aumentos nas taxas de juros em 2022, a guerra na Ucrânia, e agora a incerteza em torno da nova ofensiva tarifária dos EUA, que afeta não apenas o comércio global, mas também a confiança de investidores.

Ganhos em trading, frustração no investment banking

• Embora os negócios de negociação tenham disparado, a mesma sorte não se repetiu no investment banking. As taxas totais arrecadadas pelos cinco grandes bancos somaram US$ 8 bilhões — apenas 2% acima do mesmo período de 2024.
• Isso se deve, em parte, ao fato de muitas das taxas registradas estarem relacionadas a negócios fechados meses antes.
• Durante as teleconferências de resultados, executivos alertaram que a incerteza em torno das tarifas comerciais de Trump está travando decisões de fusões e aquisições.

“Compradores e vendedores continuam cautelosos, e o mercado ainda não reencontrou o impulso necessário para uma retomada completa”, disse um dos diretores de um banco ao Financial Times.

Uma faca de dois gumes

A atual volatilidade é, ao mesmo tempo, uma oportunidade para os traders e um obstáculo para a retomada do investment banking. Enquanto isso, Wall Street segue atenta aos próximos passos da Casa Branca, ciente de que os lucros bilionários do primeiro trimestre podem não se repetir caso o ambiente político se torne ainda mais imprevisível.

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