CEO da BlackRock se diz surpreso com a magnitude das tarifas e alerta para impactos na economia e nas aposentadorias de milhões de americanos.
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O presidente-executivo da BlackRock, Larry Fink, afirmou que as tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ultrapassaram qualquer expectativa que ele já teve em quase cinco décadas de atuação no mercado financeiro. “Os anúncios abrangentes de tarifas dos EUA foram além de tudo que eu poderia ter imaginado em meus 49 anos em finanças”, declarou Fink durante teleconferência com analistas, após a divulgação do balanço do primeiro trimestre da gestora.
No último dia 2 de abril, Trump anunciou as tarifas mais elevadas em um século, atingindo produtos de diversos países, inclusive principais parceiros comerciais dos EUA.
- A medida provocou uma onda de liquidação nos mercados globais: nos dias 3 e 4 de abril, o índice S&P 500 teve sua maior queda em dois dias desde março de 2020, no início da pandemia.
- Fink foi enfático ao rebater a ideia de que a crise se restringe ao ambiente financeiro:
“Não se trata de uma disputa entre Wall Street e Main Street. A crise do mercado impacta as economias de aposentadoria de milhões de pessoas comuns”, alertou.
Embora Trump tenha recuado parcialmente ao anunciar, na quarta-feira (10), uma pausa de 90 dias nas chamadas “tarifas recíprocas” — mantendo, porém, tarifas de 10% sobre a maioria dos países — o presidente manteve firme a ofensiva contra a China, impondo tarifas de 145% sobre produtos importados do país asiático.
- Segundo Fink, pressões inflacionárias e um clima de ansiedade têm dominado as conversas com clientes da BlackRock.
- A incerteza, contudo, não impediu os investidores de alocar recursos em ativos seguros: a empresa recebeu um volume recorde de cerca de US$ 950 bilhões em depósitos à vista até abril, capital que poderá ser redirecionado posteriormente para ações, títulos e mercados privados.
Apesar dos riscos no curto prazo, Fink vê perspectivas otimistas para o médio e longo prazo, com destaque para a inteligência artificial e a crescente demanda por infraestrutura, que, segundo ele, oferecem “oportunidades de investimento transformadoras”.
- O executivo também apontou uma mudança no foco dos investidores globais, com possível redirecionamento de recursos para a Europa, em busca de estabilidade e alternativas às tensões comerciais entre EUA e China.
A fala de Fink ecoa o sentimento de cautela crescente no mercado, reforçando a percepção de que, mesmo em meio a disrupções políticas e comerciais, a geopolítica continua sendo um fator crucial na formação de estratégias de investimento globais.
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