Em um movimento inesperado que balançou os mercados globais e sinalizou uma reviravolta estratégica, o presidente Donald Trump anunciou na quarta-feira uma suspensão de 90 dias na maioria das tarifas impostas a países que não retaliaram os Estados Unidos.
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A medida, no entanto, exclui a China — que agora enfrenta tarifas americanas de até 125%, aprofundando a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo. A notícia provocou uma euforia nos mercados financeiros. O índice S&P 500 teve sua maior alta diária desde a crise financeira de 2008, saltando 9,5% e adicionando cerca de US$ 4,3 trilhões ao seu valor de mercado, de acordo com o Financial Times. O impacto positivo foi sentido também na Ásia e na Europa: o Topix japonês subiu 8%, o Taiex de Taiwan 9,3%, o DAX alemão 8,3% e o FTSE 100 britânico avançou 6,1%.
“Esta é a capitulação de Trump aos mercados”, comentou Andy Brenner, da NatAlliance Securities. “Ele salvou a cara ao manter tarifas sobre a China.”
A trégua parcial marca uma mudança abrupta após semanas de turbulência. Investidores vinham fugindo de ativos de risco diante da escalada da guerra comercial promovida por Trump, que havia causado quedas expressivas em bolsas ao redor do mundo e uma liquidação generalizada nos títulos do Tesouro dos EUA.
- O alívio dos mercados veio com força logo após o anúncio da pausa, que pegou até membros da administração de surpresa. “Com base no fato de que mais de 75 países convocaram para negociar uma solução… autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida de 10%, com efeito imediato”, escreveu Trump em sua rede social, o Truth Social.
- O presidente também justificou a medida como resposta à ausência de retaliação por parte desses países.
China Fora da Trégua
Apesar do tom conciliatório com a maioria dos parceiros comerciais, Trump manteve sua postura agressiva em relação à China, citando “falta de respeito” nas negociações e anunciando tarifas adicionais que elevam a carga tributária sobre produtos chineses para impressionantes 125%.
- A China respondeu rapidamente com sua própria rodada de tarifas, elevando as taxas sobre produtos americanos para mais de 100%.
- As medidas intensificam o impasse entre Washington e Pequim, enquanto líderes de ambos os países se preparam para uma nova fase de enfrentamento. “A China escolheu a direção oposta“, declarou o secretário do Comércio Howard Lutnick, acrescentando que os EUA estão prontos para liderar um novo capítulo nas regras do comércio global — excluindo a China.
Mercado Respira, Mas Alerta Persiste
Embora os mercados tenham reagido com entusiasmo, analistas alertam que o alívio pode ser temporário.
- “Suspender tarifas recíprocas, excluindo a China, não significa que a economia americana tenha evitado uma desaceleração”, afirmou o Citigroup. “A incerteza sobre o comércio persistirá.”
- O Goldman Sachs chegou a prever uma recessão iminente antes do anúncio de Trump, mas reverteu sua previsão poucas horas depois.
- O Nasdaq teve seu melhor desempenho desde 2001.
Nos Bastidores da Decisão
Segundo relatos ao Financial Times, o anúncio surpreendeu até mesmo altos funcionários do governo. Durante um depoimento ao comitê de meios e recursos da Câmara, o principal negociador comercial de Trump, Jamieson Greer, foi informado em tempo real sobre a decisão presidencial.
- “WTF, quem está no comando?”, questionou o congressista democrata Steven Horsford, refletindo o clima de confusão dentro do Capitólio.
- O secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário do Comércio, Howard Lutnick, estariam ao lado de Trump enquanto ele redigia a postagem no Truth Social que provocou a virada nos mercados.
- Bessent agora liderará as negociações comerciais com o Japão, sinalizando o início de múltiplas conversas paralelas que devem se desdobrar nas próximas semanas.
Conclusão
O recuo de Trump marca uma inflexão significativa em sua política comercial, aparentemente pressionado pela forte reação dos mercados e por alertas econômicos crescentes. Embora a suspensão de tarifas tenha renovado o otimismo de curto prazo, a exclusão da China e a persistente volatilidade sugerem que a guerra comercial ainda está longe de um fim definitivo. Como disse o próprio Trump ao ser questionado sobre a mudança:
“Achei que as pessoas estavam se descontrolando um pouco. Elas estavam ficando… um pouco assustadas.”
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