Os preços do petróleo recuaram ainda mais na segunda-feira, pressionados por temores crescentes de uma recessão global após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar que seguirá com a aplicação de tarifas comerciais amplas, mesmo diante do colapso nos mercados financeiros.
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Os preços do petróleo acumulam uma queda de 15% nos últimos cinco dias. O anúncio do chamado “dia da libertação” por Trump, feito na última quarta-feira, foi seguido de uma decisão inesperada da Opep+ de aumentar a produção, intensificando a pressão sobre os preços. A coalizão decidiu elevar a produção em 411 mil barris por dia a partir de maio, bem acima da meta anterior de 122 mil barris, refletindo desentendimentos internos sobre o cumprimento dos cortes anteriores, de acordo com matéria do Financial Times.
Analistas do Goldman Sachs, em nota divulgada no domingo, reduziram suas projeções para o petróleo, com estimativas de que o Brent fique em média em US$ 58 por barril em 2026 e o WTI em US$ 55.
- O banco também elevou a probabilidade de recessão nos EUA em 12 meses de 35% para 45%, e afirmou que poderá revisar suas previsões para recessão caso a Casa Branca leve adiante a maior parte das tarifas previstas para 9 de abril.
- Jorge Leon, da Rystad Energy, afirmou que o momento é crítico: “Não acho que estejamos em um mundo de 2008 ainda, mas definitivamente caminhamos para uma desaceleração significativa na economia global este ano”.
O Morgan Stanley também alertou sobre os riscos. A queda de 12,5% no preço do Brent entre quarta e sexta-feira passada, segundo o banco, ocorreu apenas 24 vezes na história — 22 das quais associadas a períodos de recessão.
- Com isso, a instituição cortou sua previsão de demanda para o segundo semestre em cerca de 550 mil barris por dia e ajustou a projeção para o Brent de uma “alta de US$ 60” para uma “baixa de US$ 60”.
- O impacto se refletiu no mercado acionário. As ações das principais petroleiras listadas em Londres, como Shell e BP, caíram 7% e 6%, respectivamente, nesta manhã, apresentando desempenho inferior ao da média do mercado.
Com a combinação de tarifas comerciais, aumento da produção da Opep+ e sinais de desaceleração econômica, o mercado de petróleo enfrenta seu momento mais delicado desde a pandemia — e as incertezas devem continuar dominando as próximas semanas.
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