Tarifas de 25% Sobre Aço e Alumínio de Trump Entram em Vigor Apesar dos Temores de Recessão

As tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos, implementadas pelo ex-presidente Donald Trump, entraram em vigor nesta quarta-feira (12). A medida, parte de sua política comercial protecionista, foi colocada em prática apesar das crescentes preocupações com uma possível recessão na economia norte-americana.

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Trump anunciou no mês passado a imposição das tarifas, revogando acordos estabelecidos pelo ex-presidente Joe Biden com parceiros comerciais dos EUA, que permitiam a entrada de certas quantidades de aço e alumínio isentas de taxas.

  • De acordo com autoridades americanas, a decisão visa conter o que consideram “exportações crescentes” de metais por “atores estrangeiros” que estariam prejudicando os produtores locais.
  • A medida não se limita apenas ao aço e alumínio brutos, mas também se estende a uma ampla gama de produtos derivados, como raquetes de tênis, bicicletas ergométricas, móveis e aparelhos de ar condicionado.
  • A Casa Branca confirmou que as tarifas para produtos derivados também seriam aplicadas a partir de hoje.

Críticas internacionais não tardaram a surgir.

  • O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, classificou as tarifas como “totalmente injustificadas” e “contra o espírito” da “amizade duradoura” entre as nações.
  • Ele destacou que a Austrália havia sido isenta de tarifas semelhantes durante o primeiro mandato de Trump, uma vez que seus produtores de aço abastecem setores estratégicos dos EUA, como o de defesa e manufatura. “Este não é um ato amigável”, afirmou Albanese.
  • Em um movimento paralelo, Trump anunciou na terça-feira (11) a duplicação das tarifas aplicadas às importações de aço e alumínio do Canadá para 50%, o que intensificou a disputa comercial com um dos principais parceiros econômicos dos EUA.
  • Contudo, a decisão foi revertida ainda no final do dia, após a província canadense de Ontário anunciar a suspensão de uma sobretaxa de 25% sobre a energia exportada para os EUA, em uma tentativa de reduzir as tarifas de retaliação.

Segundo uma análise de Simon Evenett e Johannes Fritz, do St Gallen Endowment for Prosperity Through Trade, a lista completa de produtos de aço e alumínio sujeitos às novas tarifas representou US$ 151 bilhões em bens importados em 2024.

  • Para Ted Murphy, sócio do escritório de advocacia Sidley Austin, as tarifas representam uma “grande mudança” em relação à abordagem anterior de Trump em 2018, quando isenções eram concedidas após um processo de verificação sobre a disponibilidade dos produtos no mercado interno.
  • “Agora, muitas pessoas terão que pagar a tarifa porque não conseguem obter esses produtos domesticamente”, explicou Murphy.

As tarifas recentes sinalizam um novo capítulo na política comercial dos EUA, reacendendo debates sobre protecionismo, competitividade e o impacto das medidas sobre a economia global.

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