O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reunirá nesta terça-feira com cerca de 100 CEOs das maiores empresas americanas, em um momento em que o mercado financeiro enfrenta volatilidade e crescente temor de recessão e inflação.
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A reunião, que ocorrerá em Washington, é promovida pela Business Roundtable, um influente grupo que reúne líderes de grandes corporações como Apple, JPMorgan Chase e Walmart.
- Na véspera, Trump já havia se encontrado com executivos do setor de tecnologia na Casa Branca.
- O foco dessas reuniões é discutir os impactos das políticas econômicas da administração, principalmente em relação às tarifas comerciais e medidas de desregulamentação, que têm gerado apreensão entre investidores e empresários.
Políticas Tarifárias Geram Incertezas
Desde o início de seu segundo mandato, Trump tem adotado uma postura protecionista, impondo tarifas sobre diversos produtos importados.
- Recentemente, decretou uma tarifa adicional de 20% sobre produtos chineses e tarifas de 25% sobre importações do Canadá e México.
- No entanto, suspendeu temporariamente a maior parte dessas taxas para os vizinhos norte-americanos até 2 de abril, quando pretende anunciar um regime global de tarifas recíprocas.
- Embora o governo defenda essas medidas como essenciais para reequilibrar relações comerciais, trazer empregos de volta ao país e combater o tráfico de drogas, o mercado reagiu negativamente.
- Na segunda-feira, o índice S&P 500 registrou queda de quase 3% desde a eleição de Trump no ano passado e acumula baixa de 4,5% no ano.
- Além disso, uma pesquisa recente revelou que os consumidores americanos estão cada vez mais pessimistas em relação às perspectivas econômicas.
Mensagem de Resiliência e Crescimento a Longo Prazo
Apesar do cenário desafiador, a Casa Branca mantém um discurso otimista.
- O porta-voz Kush Desai afirmou que as políticas econômicas de Trump, como tarifas, desregulamentação e incentivo à produção de energia, já resultaram em trilhões de dólares em investimentos e na criação de milhares de empregos. “Os líderes da indústria responderam positivamente à agenda econômica do presidente”, declarou Desai, minimizando as preocupações sobre uma possível recessão.
- O próprio Trump já reconheceu que as medidas podem causar “um pouco de dor a curto prazo”, mas prometeu que os benefícios a longo prazo justificariam os sacrifícios.
- Em entrevista à Fox News no fim de semana, ele evitou comentar se suas políticas poderiam levar à recessão.
Reações do Setor Privado e Perspectivas Econômicas
Apesar das declarações otimistas, líderes empresariais expressaram preocupações sobre os efeitos das tarifas no aumento dos preços e na inflação.
- Larry Fink, CEO da BlackRock e membro da Business Roundtable, alertou que o nacionalismo econômico pode elevar a inflação. “Isso ressoa comigo, mas precisamos estar cientes das consequências”, afirmou em uma conferência do setor.
- Economistas do Goldman Sachs revisaram para baixo suas projeções de crescimento dos EUA para 2025, ao mesmo tempo em que elevaram as previsões de inflação, citando o impacto das tarifas.
- David Solomon, CEO do banco e também membro da Business Roundtable, reforçou a importância de tornar os cortes de impostos permanentes e avançar na reforma regulatória em setores como energia, infraestrutura e manufatura.
- No entanto, o grupo também fez um apelo à Casa Branca e ao Congresso para que acelerem os esforços de negociação e eliminem as tarifas recentemente implementadas.
- Segundo eles, “essas tarifas, especialmente se forem duradouras, correm o risco de criar um impacto econômico sério.”
Livre Comércio e Relações Comerciais em Debate
A Business Roundtable também enfatizou a necessidade de preservar os benefícios do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (USMCA), firmado no primeiro mandato de Trump com o México e o Canadá.
- O grupo teme que a manutenção de tarifas elevadas comprometa o comércio regional e prejudique setores estratégicos.
A reunião de Trump com os CEOs ocorre em um momento crítico, com o governo buscando equilibrar suas estratégias protecionistas com a necessidade de preservar a confiança dos investidores e evitar impactos econômicos mais profundos. O resultado dessas discussões poderá ser determinante para o futuro da economia americana e para a consolidação das políticas econômicas da atual administração.
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