O Goldman Sachs tornou-se a mais recente instituição de Wall Street a manifestar preocupação sobre o futuro da economia dos Estados Unidos, em meio à intensificação das políticas tarifárias implementadas pelo presidente Donald Trump, de acordo com matéria do Yahoo!Finance.
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Em uma nota divulgada na segunda-feira, a equipe econômica liderada por Jan Hatzius reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 de 2,4% para 1,7%.
- Segundo Hatzius, “o motivo do rebaixamento é que nossas premissas de política comercial se tornaram consideravelmente mais adversas”.
- O Goldman também revisou para cima sua projeção do indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed), estimando que ele encerrará o ano em 3%, acima da estimativa anterior de 2%.
- Essa revisão marca a primeira vez em dois anos e meio que o Goldman Sachs projeta um crescimento do PIB abaixo das expectativas do consenso da Bloomberg, que ainda prevê crescimento superior a 2% para este ano.
- Com isso, o Goldman junta-se a outras instituições que enxergam um cenário econômico mais desafiador.
Na sexta-feira, o economista-chefe do Morgan Stanley nos EUA, Michael Gapen, também reduziu sua previsão de crescimento para 2025, de 1,9% para 1,5%. Ele também elevou a projeção para o índice “central” de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), estimando que ele fechará o ano em 2,7%, acima da estimativa anterior de 2,5%.
Impactos Tarifários na Economia
O Goldman Sachs agora espera que a taxa tarifária média dos EUA aumente em 10 pontos percentuais em 2025, o dobro da previsão anterior e cinco vezes o nível observado durante o primeiro mandato de Trump. Segundo Hatzius, as tarifas afetam a economia através de três mecanismos principais:
- Elevação de Preços ao Consumidor: O aumento das tarifas deve elevar os preços dos produtos ao consumidor, reduzindo a renda real das famílias.
- Condições Financeiras Mais Apertadas: Tarifas mais altas tendem a gerar restrições financeiras adicionais.
- Incerteza e Investimento: A incerteza em torno da aplicação das tarifas pode levar as empresas a adiarem investimentos significativos.
Apesar do cenário desafiador, Hatzius acredita que o crescimento mais lento combinado com a inflação estável ainda pode permitir que o Federal Reserve corte as taxas de juros duas vezes em 2025, possivelmente em junho e dezembro. Entretanto, a incerteza política atual deve manter o banco central em uma posição de cautela.
“Nossa visão de curto prazo é que o FOMC [Comitê Federal de Mercado Aberto] vai querer ficar de fora e dar o mínimo de notícias possível até que a perspectiva política fique mais clara”, afirmou Hatzius.
Riscos de Recessão
As discussões sobre uma possível recessão também aumentaram.
- O ex-CEO da PIMCO, Mohamed El-Erian, afirmou em entrevista ao Yahoo Finance que a chance de uma recessão em 2025 subiu de 10% para entre 25% e 30%, devido à intensificação das tarifas.
- O mercado de apostas Polymarket também reflete essa preocupação, estimando uma probabilidade de 40% de uma recessão ser oficialmente declarada até o final do ano, contra 23% em 27 de fevereiro.
Impacto no Mercado de Ações
As revisões nas previsões econômicas coincidiram com uma forte queda no mercado de ações. Na segunda-feira, o índice Nasdaq Composite caiu mais de 4%, com perdas expressivas em empresas de tecnologia como Tesla e Nvidia.
Diante desse cenário, investidores e analistas estão atentos às próximas decisões de política econômica e à evolução das tensões comerciais nos Estados Unidos.
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