Os investidores não devem se apoiar excessivamente na experiência passada da guerra comercial do primeiro governo Trump para prever o comportamento do mercado desta vez. A história pode ser uma boa professora, mas nem sempre as mesmas lições se aplicam, disse Spencer Jakab do Wall Street Journal. Conforme a matéria do WSJ, na segunda-feira, as ações despencaram e voltaram a cair na terça-feira após o presidente Donald Trump afirmar que não havia “nenhum espaço sobrando” para que o Canadá ou o México evitassem tarifas altas e que as tarifas existentes sobre a China seriam elevadas. Poucas horas depois, os aumentos entraram em vigor. O S&P 500 apagou todos os ganhos do ano e entrou em território negativo.
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Segundo opinião de Jakab, o mercado de alta sobreviveu à guerra comercial de 2018 e 2019, mas o contexto era diferente.
- Naquele período, os cortes de impostos corporativos recém-implementados impulsionaram os lucros e investimentos das empresas.
- Havia também um mecanismo temporário que permitia maior depreciação de ativos, incentivando os gastos de capital.
- Isso ajudou a amenizar o impacto das tarifas, mesmo quando elas atingiram cadeias de suprimentos globais.
- Mas esse impulso desapareceu no final de 2019, quando os lucros empresariais perderam força e o otimismo empresarial diminuiu.
- O índice de manufatura do Institute for Supply Management (ISM) caiu para seu menor nível desde a crise financeira, evidenciando uma desaceleração econômica antes mesmo da chegada da pandemia da Covid-19.
Impacto Atual das Tarifas e Sinais de Alerta
Segundo matéria do WJS a atual rodada de tarifas vem acompanhada de sinais preocupantes para o mercado.
- Poucas horas antes da confirmação das novas tarifas, o ISM divulgou seu relatório de fevereiro. O número principal não era alarmante, mas os dados subjacentes mostraram quedas acentuadas em novos pedidos e aumentos no custo de insumos e nos prazos de entrega.
- Isso sugere que empresas estão correndo para estocar produtos antes que as tarifas causem maiores disrupções, o que pode levar a uma futura desaceleração na produção e no investimento.
- As menções a “tarifas” em chamadas de balanço de empresas dispararam em janeiro e fevereiro, conforme dados da AlphaSense.
- O volume dessas referências aumentou significativamente depois que ficou claro que as tarifas não eram apenas uma tática de negociação, mas uma decisão permanente.
- Na sexta-feira, o relatório de empregos fornecerá mais informações sobre o impacto das tarifas na contratação, um fator essencial para prever a direção do mercado.
- Na sexta-feira, o relatório de empregos fornecerá mais informações sobre o impacto das tarifas na contratação, um fator essencial para prever a direção do mercado.
Diante da volatilidade do mercado e do possível impacto nas finanças das famílias americanas, Jakab acredita que Trump poderia suavizar ou remover as tarifas no futuro.
- Ele também acredita que a incerteza gerada pela formulação de políticas imprevisíveis tem sido um dos principais fatores que afetam os mercados.
- O índice global de incerteza política atingiu um nível recorde, superando até mesmo os picos da pandemia da Covid-19.
Avaliação do Mercado
De acordo com o Wall Street Journal, mesmo após as recentes quedas, o S&P 500 ainda está cerca de 20% mais caro do que no final de 2019, considerando uma base ajustada ciclicamente.

Gráfico do S&P 500 – Via Plataforma ActivTrader/ActivTrades
Em resumo, a matéria do WSJ diz que enquanto as tarifas de Trump não necessariamente garantem uma crise de mercado, os investidores devem estar atentos às diferenças entre o cenário atual e a guerra comercial de 2018-2019. A combinação de um mercado mais caro, incerteza econômica e um cenário global instável pode tornar essa rodada de tarifas um teste muito mais difícil para os investidores.
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