O Banco Central Europeu deve reduzir sua taxa de juros de 3,0% para 2,75% nesta quinta-feira (30/01), impulsionado pela inflação controlada na zona do euro e pelo fraco desempenho econômico da região.
Especialistas entrevistados apontam que a continuidade da flexibilização monetária é a melhor alternativa, dado que os juros ainda estão em nível restritivo em um cenário de consumo abaixo do esperado.
- Carsten Brzeski, do ING, acredita que a decisão já foi “telegrafada” por membros do BCE nas últimas semanas e que a instituição tem como meta reduzir os juros para um nível neutro, considerado entre 1,75% e 2,50%.
- Ele projeta que a taxa pode cair para 1,75% até meados do ano, com cortes adicionais em junho ou julho.
- Fabio Balboni, do HSBC, destaca que a inflação bem comportada surpreendeu o BCE, mas que os cortes de juros devem ser conduzidos com cautela diante de riscos como a possibilidade de tarifas comerciais impostas pelos EUA sob a gestão de Donald Trump.
- Christian Schulz, do Citi, aponta que o crescimento da economia europeia está bem abaixo das projeções pré-pandemia, com o PIB da zona do euro de 4 a 5 pontos porcentuais abaixo do estimado em 2019. Essa desaceleração da produtividade pode levar a um aumento do desemprego, tornando o crescimento econômico uma prioridade maior para o BCE ao longo do ano.
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Christine Lagarde deve manter o forward guidance de que as decisões do BCE serão tomadas reunião a reunião, enfatizando a fraqueza da atividade econômica.
- A presidente do BCE pode ressaltar que, apesar das incertezas sobre possíveis tarifas dos EUA, ainda é cedo para avaliar os impactos.
- Além disso, pode argumentar que os laços econômicos entre Europa e EUA tornam as tarifas prejudiciais também para os americanos.
Gráfico do euro frente ao dólar mostrando sua desvalorização – Via ActivTrader/ActivTrades
No campo da inflação, Lagarde pode destacar que os preços estão abaixo da tendência histórica e que a resistência inflacionária ocorre principalmente no setor de serviços devido ao mercado de trabalho apertado.
No entanto, a desaceleração dos salários reforça a expectativa do BCE de que a inflação convergirá para a meta de 2% até julho, com uma média de 1,8% em 2025, segundo Luca Mezzomo, do Intesa Sanpaolo.
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