O governo brasileiro está considerando medidas para combater a inflação e melhorar a popularidade do presidente Lula, incluindo a criação de uma rede de lojas para fornecer alimentos a custos reduzidos, especialmente em áreas periféricas. A proposta, ainda em fase inicial, poderia exigir subsídios, o que levanta preocupações sobre responsabilidade fiscal, especialmente em um momento em que os investidores mostram ceticismo quanto ao compromisso do governo com controle de gastos.
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Uma alternativa em estudo é replicar o modelo do programa Farmácia Popular, que subsidia custos de medicamentos.
Lula já discute o tema com os ministros da Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento Agrário.
O presidente está preocupado com os altos preços, que têm impactado sua popularidade na segunda metade de seu mandato, e pediu medidas para suavizar os efeitos da inflação sobre os trabalhadores.
Enquanto isso, investidores aguardam ações do Banco Central, que pode elevar as taxas de juros para 15% este ano.
A inflação fechou 2024 em 4,83%, acima da meta, com o presidente do Banco Central obrigado a justificar publicamente a falha em contê-la.
Eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, combinados com uma desvalorização cambial e maior demanda global por commodities como carne e café, foram apontados como fatores que impulsionaram os preços.
A Associação Brasileira da Indústria de Supermercados (Abras) sugeriu flexibilizações nos contratos de trabalho e na venda de medicamentos como formas indiretas de reduzir os custos alimentares.
No entanto, a maior preocupação do mercado é que políticas fiscais expansivas possam agravar a inflação e forçar o Banco Central a manter os juros elevados por mais tempo.
Para agravar mais a situação, o IPCA-15, divulgado na manhã de sexta-feira (24/01), veio acima do consenso, tanto em termos mensais, quanto anuais.
O grupo Alimentação e bebidas registrou alta de 1,06% em janeiro, contribuindo com 0,23 ponto porcentual para a variação de 0,11% do IPCA-15 no mês, de acordo com o IBGE.
A alimentação no domicílio teve aumento de 1,10%, impulsionada por altas expressivas no tomate (17,12%) e no café moído (7,07%).
Em contrapartida, itens como batata-inglesa (-14,16%) e leite longa vida (-2,81%) ficaram mais baratos.
Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,93%, com a refeição fora de casa avançando 0,96% e os lanches registrando alta de 0,98%.
Para a próxima semana o Banco Central do Brasil se reúne e deve contabilizar essa subida do IPCA-15. A ampla maioria do mercado espera uma elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic, para 13,25%, em linha com o forward guidance do Banco Central.
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