Foi o 1º aumento dos Juros dos últimos 6 anos. Desde 2015, o Banco Central só descia a Selic.
Durante estes meses da Pandemia, mesmo com as Crises Econômica, Sanitária e Política, nós tivemos um aumento da Inflação.
A Meta é de 3,75% ao ano, mas já está em 5,2% ao ano. Como recurso, o BC aumentou de 2% ao ano a Selic para 2,75% e já avisou que na próxima Reunião teremos um novo aumento.
Esta Política Monetária visa frear o consumo, deixando o Crédito mais caro e assim tentar conter a Inflação.
Porém, precisamos entender o porque disso nos últimos meses.
A forte Crise Fiscal do país trouxe descrédito aos Investidores, que “fugiram” do Risco Brasil. Aliado a menor Selic da história, em 2% ao ano, não fazia sentido Investir no Brasil a Juros Baixos e com Alto Risco.
Esta fuga elevou a Cotação do Dólar. O Brasil importa muitos produtos e insumos em Dólar. Portanto, esta variação no câmbio foi repassada no valor final das mercadorias ao consumidor.
Além disso, também tivemos uma alta das commodities, que também são cotadas em Dólar.
Agora, vamos imaginar as Classes Médias e Baixas da população. Já sem dinheiro, sem emprego, pagando cada vez mais caro pelos preços dos alimentos, por exemplo, e agora, com o crédito mais caro para empréstimos. Pode ser uma bola de neve negativa.
Em termos de Bolsa, acredito que as Ações ainda sejam mais interessantes no Brasil. Com a elevação dos Juros, o Investidor já começa a despertar para a Renda Fixa de novo, já que pode ter a sua rentabilidade com menos volatilidade do que na Bolsa.
Porém, com a Selic em 2,75% ao ano, os Juros ainda são muito baixos. Temos hoje na Bolsa várias empresas bem estruturadas, com dinheiro em Caixa, pagando bons Dividendos, acima de 5% e com alto potencial de valorização.
Portanto, acredito que nos próximos meses, as Ações não devem sentir tanto este movimento dos Juros. Se a Selic chegar em 5% até o final do ano, como previsto, aí poderemos ter um outro cenário.
Já para o Dólar, como os Juros nos EUA estão em 0,25% ao ano, você trazendo o Real para um rendimento de 2,75% pode ser mais atrativo para o Investidor de fora.
Surge então uma tentativa de controlar o avanço da moeda americana. Porém, não se esqueça do Risco Brasil.
Será que os Juros mais altos por aqui terão força para maquiar a nossa Crise, a ponto de trazer Investidores Estrangeiros e derrubar um pouco o Dólar?