A empresa atua no mercado de sistemas semicondutores. Seu portfólio inclui memória DRAM, negativo-AND (NAND) Flash e Flash NOR são a base para drives de estado sólido, módulos, pacotes multi-chip e outras soluções de sistema.
Seus segmentos de negócios incluem a Compute and Networking Business Unit (CNBU), que inclui produtos de memória vendidos nos mercados de computação, rede, gráficos e servidores em nuvem; Mobile Business Unit (MBU), que inclui produtos de memória vendidos em smartphones, tablets e outros mercados de dispositivos móveis; Storage Business Unit (SBU), que inclui produtos de memória vendidos nos mercados corporativo, de clientes, de armazenamento em nuvem e removível, e SBU também inclui produtos vendidos à Intel através de sua joint venture Intel / Micron Flash Technology (IMFT) e Embedded Business Unit (EBU), que inclui produtos de memória vendidos nos mercados automotivo, industrial, doméstico conectado e eletrônicos de consumo.
Em março, a companhia divulgou que não esperava impacto na produção de curto prazo devido à escassez de componentes causada pela crise na Ucrânia, mas que os custos poderiam aumentar.
Na época, os dois principais fornecedores de neônio da Ucrânia, que produziam cerca de metade da oferta mundial da principal matéria-prima para fabricar chips, interromperam as operações, ameaçando aumentar os preços e piorar a atual crise de semicondutores.
A produção global de chips já estava sob pressão depois que a pandemia aumentou a demanda por celulares, laptops e carros, forçando algumas empresas a reduzir a produção.
O impacto dos déficits de oferta causados pela Ucrânia não deverá aparecer em até cerca de sete a nove meses, quando os estoques globais de matérias-primas acabarem, disse na ocasião Kinngai Chan, diretor administrativo de semicondutores do Summit Insights.
A Micron também investiu em seus chips de memória NAND e DRAM, ajudando as margens brutas como porcentagem da receita a subir de 26,4% para 47,2% no ano passado.
Os chips de memória hoje são usados numa diversidade de dispositivos de consumo, como televisores e máquinas de lavar roupa, indo além do mercado tradicional de computadores e smartphones. Isso ajudou a Micron a crescer, mesmo quando com a desaceleração do mercado de PCs.
Uma grande parte do crescimento recente da Micron vem do fornecimento de chips a data centers. Essa infraestrutura se expandiu com os fortes investimentos das empresas em ecossistemas digitais, para atender aos clientes de forma mais rápida e melhor.
A receita com data center subiu mais de 60% no segundo trimestre. A automação das fábricas e dos sistemas de segurança esteve por trás do crescimento de cerca de 60% nas vendas industriais. As receitas automotivas estabeleceram um novo recorde.
Dado este resumo pra você conhecer a Micron e saber onde ela atua, acredito que o nicho seja promissor, pois o desenvolvimento do futuro vai passar pela tecnologia, cada vez mais abrangente em todos os setores da economia.
Agora, vamos entrar em detalhes nos números da empresa. Primeiro, ela não é uma boa pagadora de Dividendos. Portanto, você pode ter a consciência de que, uma eventual posição nas suas Ações, pode ter como foco a valorização do Papel e não a sua possível renda passiva.
Com os preços na casa de 74 dólares e pagando apenas 0,30 centavos nos últimos 12 meses, isso deu uma rentabilidade em Dividendos de apenas 0,40% ao ano (Dividend Yield).
Seguindo, temos o P/L (Preço/Lucro), que vai nos dar uma ideia de prazo de retorno sobre o investimento. Para achá-lo, você deverá dividir o preço atual da Ações pelo seu Lucro Por Ação dos últimos 12 meses, que hoje foi de 6,59 dólares.
Sendo assim, o seu payback seria de praticamente 11 anos e meio. Acredito ser um número atraente. Nem muito baixo, te levando a desconfiar de uma “esmola de graça”, maquiando algum outro dado financeiro negativo, como um alto endividamento, por exemplo. Ao passo que não está esticado, acima de 35 anos, o que poderia te levar a comprar uma Ação por um preço muito caro. Na Bolsa, tanto como no comércio, pode valer a máxima de você comprar um bom produto a um preço descontado, para tentar vender mais caro depois e embolsar os lucros!
Seguindo, temos o VPA (Valor Patrimonial por Ação), que pode nos dar uma ideia de Valuation da companhia. Para achar o VPA, você deverá dividir o patrimônio líquido pelo número de Ações listadas. Fazendo esta conta, chegaríamos no valor de 41,11 dólares neste momento.
Como os preços estão em torno de 74 dólares, o P/VP (Preço sobre o Valor Patrimonial) está em 1,81. Ou seja, comprar as Ações da Micron agora te levaria a pagar 81% mais caro do que poderia ser considerado o preço justo do Papel.
Porém, mesmo com este P/VP acima, você pode compensar na balança da sua decisão, que poderá investir em uma boa empresa, compilando os demais números. Acredito que alocar em uma Ação com um P/VP acima de 3 pode ser mais arriscado, já que você pagaria mais de 2X sobre o que seria considerado o seu valor justo de mercado. Com o P/VP em 1,81, ainda poderia estar dentro de um limite racional de tolerância.
A Dívida pode não preocupar no momento, já que ela está negativa frente ao patrimônio líquido. Ou seja, neste momento, a Micron possui mais dinheiro disponível em caixa do que deve. Não classificaria a empresa com risco de falência no médio prazo. Você pode conferir este número em DÍV. LÍQUIDA/PL, que aponta para -0,06%.
Nunca se esqueça de olhar o endividamento da empresa que você deseja investir, principalmente para uma posição de longo prazo. Pode não bastar comprar só uma Ação na baixa. Pode ser preciso checar se ela possui uma boa saúde financeira e potencial de valorização também.
Em termos de Margem Líquida, eu recomendo que você escolha empresas com pelo menos +5%. Neste caso, a Micron passou com folga, com quase 25%. Muita margem sobrando em caixa para compartilhar com os seus acionistas ou para reinvestimento na empresa, se conveniente.
Já em termos de faturamento, temos o ROE em 16,04% e o ROIC em 14,17%. Acima dos 10% mínimos que eu gosto de classificar no meu filtro de valuation. A gente pode chegar a conclusão que, mesmo em um cenário tumultuado nos últimos anos devido à pandemia e a guerra na Ucrânia, a empresa segue faturando bem. Pode ter um diferencial competitivo no mercado e ser promissora.
Feito este raio-x dos números, vamos dar uma olhada no gráfico semanal agora. Notamos como os preços sofreram uma queda de -33,5% este ano, desde a máxima em 98,50 dólares, até testarem recentemente a região de suporte entre 68,25 até 65,50 dólares.
Este movimento pode ser interessante para o investidor que deseja comprar as Ações de uma boa empresa, quando estas sofrem correções significativas. “Comprar algo bom por um preço mais barato.”
Como alvo eventual da sua posição, temos os níveis em 97,00 dólares, que poder trazer uma valorização de +31%. Vale ressaltar que, nas últimas semanas, tivemos um aumento do volume de negociação nesta região de preços. O RSI azul, de curto prazo (7 períodos), também oscilou na casa de 30, podendo indicar que as Ações estavam sobrevendidas.
Também tivemos a formação de um candle doji, podendo indicar indecisão do mercado. Nas semanas seguintes, candles compradores, podendo validar a entrada de investidores na região.
Agora, cabe a você decidir. Ponderar os prós da empresa no seu mercado de atuação e pensar se pode ser uma oportunidade de investimento, com risco adequado à sua carteira.
Se caso quiser negociar a Micron, suas Ações estão disponíveis para operações em dólar, na Plataforma da ActivTrades. Acesse os links abaixo:
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Prazer ter você aqui! Abraços e bons investimentos!
*Ativos negociados em conta margem possuem grau de risco para o seu capital. Quaisquer previsões não são um indicador fiável de performance futura e a decisão de atuar com base nas ideias e sugestões apresentadas são da responsabilidade do leitor.