Olá, Investidor! Tudo bem com você? Hoje eu quero te levar para um patamar diferente em termos de discussão econômica. É verdade que na cabeça de algumas pessoas podemos estar vivendo o caos dos rentistas, já que estamos nas mínimas históricas dos juros, ou seja, a renda fixa e a queridinha poupança não rendem mais nada. Na verdade, a poupança já perde para a inflação. Se você colocar na ponta do lápis, vai ver que se deixar o seu dinheiro aplicado nela, vai perder.
Vamos entender! A regra da poupança diz o seguinte: quando a taxa de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será fixo: 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR). Quando a taxa de juros estiver abaixo ou igual a 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a TR. Como a Selic está em 4,5% ao ano, a poupança vai render no período aproximadamente 3,15%. Se a nossa inflação ronda os 3,7% ao ano, não precisa ser gênio para perceber que o seu dinheiro será corroído.
Esse cálculo também vale para maus fundos de renda fixa, aqueles que não trazer uma boa rentabilidade, que cobram taxam absurdas de administração e que ainda incidem imposto de renda sobre o lucro. Você poderá ter um juros negativo ao final do investimento. Fique atento!
Pois bem, agora chega no ponto da minha discussão. Até alguns anos atrás, com os juros altos, quem queria ganhar dinheiro não precisava se expor ao risco. Bastava aplicar na renda fixa para ter uma boa rentabilidade ao ano. Era aquela velha história do rico cada vez mais rico e do pobre cada vez mais pobre. Um dos maiores problemas do Brasil é a nossa desigualdade social e a péssima distribuição de renda, onde poucos tem muito e muitos têm quase nada.
Agora, com os juros baixos, quem quiser ganhar dinheiro vai ter que ir pro risco. Isso tira os ricos da zona de conforto. Empurra eles pra Bolsa, pro comércio e para as indústrias. Vamos decupar caso a caso:
1 – Bolsa: provavelmente teremos uma Bolsa mais líquida e volátil, atraindo dinheiro dos investidores para as companhias. Se as empresas captam mais dinheiro no Mercado, elas têm mais caixa para investir em infraestrutura e ampliar os seus negócios. Mais investimentos culminam em expansão e consequentemente mais contratação. Podemos ter menos desemprego, mais gente trabalhando, aumentado a renda das famílias e o poder de consumo. Como consequência, maior consumo de produtos e serviços e uma espiral de aquecimento econômico;
2 – Comércio: se o Investidor sai da zona de conforto e desiste de deixar o seu dinheiro parado, ele pode investir em franquias, expansão da sua rede de lojas, ou mesmo abrir novos negócios. Isso aquece o mercado de shoppings, imobiliário, temos geração de empregos, pedidos de compra à indústria, marketing etc. Novamente, mais gente trabalhando, maior poder de consumo na praça e a economia podendo ciclar numa espiral positiva;
3 – Indústria: o mesmo cenário vale para o setor fabril. O investidor pode decidir expandir seus mercados aplicando o dinheiro nas suas fábricas para aumentar sua produção e conquistar mais market share. Dessa maneira teríamos investimento em equipamentos, imóveis, matéria-prima, contratação de mão-de-obra etc. Mais um ciclo de aquecimento econômico.
O que é importante você entender de todo este cenário é que com os juros baixos, automaticamente o dinheiro dos grandes investidores, as grandes fortunas que estavam protegidas, escondidas na renda fixa, longe do risco, aparecem no mercado e naturalmente temos uma “divisão” desse capital com a população, através de novas maneiras de se investir, fomentando outros setores da economia, contribuindo para a diminuição do desemprego, aumento da renda das famílias e do consumo.
É um passo para uma sociedade mais igualitária, com menos desigualdade social. Poderemos ter uma divisão de fortunas no longo prazo, se você consegue entender o meu ponto de vista. Pensa um pouco, você na posição de um milionário, com a Selic em 14,75% ao ano, qual o seu interesse em abrir um negócio, gerar empregos, alugar ou comprar o seu imóvel para sua fábrica ou loja, abrir a sua franquia, contratar funcionários, comprar matéria-prima, equipamentos com todos os encargos, riscos, burocracia e dor de cabeça que dá ser empresário no Brasil?
Mas agora, neste novo cenário, quem quiser ganhar dinheiro vai ter que ir para o risco e isso fomenta a economia para todo mundo.
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Grande abraço!
Rodrigo Rebecchi
*Imagem ilustrativa: istockphoto
Rodrigo Rebecchi
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