Pressa une senadores que julgarão impeachment de Trump
Senador Patrick Leahy, presidente do processo de impeachment de Donald Trump, conduz o juramento dos senadores que atuarão como jurados, em foto de 26 de janeiro — Foto: Senate Television via AP
Se há algo que une senadores dos dois partidos americanos neste segundo julgamento de impeachment do ex-presidente Donald Trump é a pressa para concluí-lo. As chances de condenação são praticamente nulas; dificilmente os democratas conseguirão cooptar 17 republicanos necessários para a maioria de dois terços no Senado.
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Julgamento começa nesta terça-feira
O que importa para cada partido, então, é desempenhar o seu papel num roteiro rápido e explícito, desenrolado no mesmo palco saqueado e vandalizado, no dia 6 de janeiro, por uma turba enfurecida de seguidores de Trump. Como jurados do julgamento, os 100 senadores são também testemunhas do horror no Capitólio.
De um lado, republicanos se mostram coesos na ideia de que o ex-presidente não pode ser julgado porque já deixou o cargo. A tese da inconstitucionalidade serve de pretexto para que não precisem se estender na defesa do ex-presidente, acusado de instruir uma multidão a invadir a sede do Congresso para contestar o resultado da eleição.
De outro, democratas estarão interessados em manchar definitivamente a biografia de Trump e inviabilizar seu futuro político e o de republicanos que o defendem — mas num timing certeiro, que não prejudique a agenda de Joe Biden no Congresso.
O atual presidente, por sua vez, quer se manter longe do tribunal. Prova disso é que, em seu briefing diário, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, fez questão de ressaltar que ele não perderia tempo assistindo ao julgamento de seu antecessor.
O país está dividido também sobre o julgamento: 45% dizem que Trump deveria ser condenado e 43% opinam o contrário, de acordo com a pesquisa Economist-YouGov. Outra sondagem, realizada por ABC News/Ipsos, aponta o controle que o ex-presidente exerce sobre o partido. Apenas 15% dos republicanos apoiam a sua condenação no Senado.
O índice significativo espelha a força do trumpismo, que ainda se perpetuará no cenário político americano, independentemente do veredicto do julgamento que começa nesta terça-feira.
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Fonte: Via rss/feed Portal G1