Já era esperado que a saída de Donald Trump da presidência dos Estados Unidos seria conturbada. Mas os acontecimentos desta quarta-feira, 6 de janeiro de 2021, surpreenderam até aqueles que previam um cenário caótico.
Apoiadores de Trump, que contestam o resultado da eleição que o derrotou, invadiram o Congresso americano, em Washington, interrompendo a sessão destinada a certificar a vitória de Joe Biden.
A notícia e as fotos do violento protesto invadindo o Parlamento chocaram o mundo, que assistiu a tudo abismado. E é claro, também tiveram impacto no mercado financeiro. Pois política sempre interfere na economia. Mas ainda é cedo para prever os efeitos a longo prazo, especialmente
porque a situação em Washington pode surpreender muito.
Na quarta-feira, o Ibovespa, principal índice acionário do país, virou (acompanhando o enfraquecimento das bolsas em Nova Iorque) e perdeu os 120 mil pontos, patamar recorde em que esteve durante grande parte do dia.
A bolsa fechou o pregão com leve queda de 0,23%, chegando a 119.100 pontos.
O índice Dow Jones, que reúne 30 das maiores e mais tradicionais empresas americanas, encerrou o pregão com ganhos de 1,44%, pontuação recorde. O S&P 500 teve alta de 0,57%, enquanto o Nasdaq caiu 0,61%.
Já o dólar, novamente teve um dia de intensa volatilidade: fechou em alta de 0,77%, chegando a R$5,30, o maior valor desde 30 de novembro de 2020. O dólar turismo chegou a R$5,43.
A instabilidade política no país mais poderoso do mundo, que passa por um ataque à democracia, pode causar certa insegurança nos investidores. Porém, o que se viu nessa quarta foi uma reação calma. A expectativa inicial é que as manifestações não tenham efeitos maiores
sobre o mercado financeiro.
Mas essa história parece estar longe de acabar. Vale acompanhar os próximos capítulos. Que prometem ser emocionantes.