Os preços das ações e do petróleo caíram novamente nesta terça-feira, com os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos tocando mínima, devido à crescente preocupação com os efeitos da propagação do coronavírus na economia global. As perdas ocorreram após os maiores recuos de ações em mais de dois anos na segunda-feira e aceleraram depois que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) disseram que os americanos deveriam começar a se preparar para a propagação do vírus.
O iene japonês se fortaleceu em relação ao dólar pela terceira sessão consecutiva, como sinal de que os comerciantes estão em busca de ativos relativamente mais seguros. O vírus, parecido com o da gripe, já infectou mais de 80.000 pessoas, 10 vezes mais casos do que a epidemia de SARS em 2003. Vários países europeus estavam lidando com suas primeiras infecções, alimentando preocupações com uma pandemia, entre eles a Espanha. A Organização Mundial da Saúde, no entanto, disse que a epidemia na China, onde começou em dezembro, atingiu o pico entre 23 de janeiro e 2 de fevereiro e está em declínio desde então.
Em Wall Street, onde as ações tiveram a maior queda em dois anos na segunda-feira, o S&P 500 registrou sua maior queda consecutiva desde agosto de 2015. “Pela primeira vez em algum tempo, nós finalmente estamos acordando para o fato de que esse problema pode continuar por um período e ter um impacto significativo no crescimento econômico chinês e global e potencialmente nos Estados Unidos”, disse Randy Frederick, vice-presidente de negociação e derivativos para Charles Schwab em Austin, Texas. “Quando as pessoas reagem a isso porque não viajam, não vão a restaurantes ou fazem compras, isso terá um impacto imediato na economia. Depende de quanto tempo dura e quão amplo é o contágio”, acrescentou ele.
Aposta em Cortes de Juros
Os riscos são tais que os mercados de títulos estão apostando que os bancos centrais poderão vir a ajudar com novos estímulos. Os Fed Funds futuros subiram nos últimos dias para embutir uma chance de 50% de um corte de 0,25 ponto na taxa de juros no início de abril. No total, precificam mais de 0,50 ponto em reduções até o final do ano. A indicação de queda nas taxas dos EUA atingiu o dólar contra uma cesta de moedas. O dólar caiu 0,361%, enquanto o euro teve alta de 0,27%, para 1,0881 dólar. O iene subiu 0,54% em relação ao dólar, para 110,15 por dólar. A libra esterlina foi negociada pela última vez a 1,3002 dólar, alta de 0,58% no dia.
Partindo-se para a nossa Análise Gráfica do dia, tivemos um movimento curioso no par EURUSD nos últimos pregões. Enquanto o “mundo” desabou, o EUR se valorizou perante o USD em uma importante zona de suporte entre 1.0875 até 1.0815. O que parecia ser um rompimento da região, com potencial de queda até os 1.0525, pode ter enganado muitos operadores que apostaram na queda do par.
Se confirmada a entrada de compradores nestes níveis, a ponto de conter realmente a queda dos preços, poderemos ter movimentos de alta nas próximas semanas até os 1.1240 (próxima resistência).
Mesmo assim, ainda fica o alerta para um possível rompimento da região de suporte. Se caso isso acontecer, o EURUSD poderia descer até os 1.0525 nas próximas semanas. Pode depender muito do contexto global e da apreensão dos mercados em relação a escalada de contaminações do Vírus.
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Grande abraço e boas operações!
Rodrigo Rebecchi
*Ativos negociados em conta margem possuem grau de risco para o seu capital. Quaisquer previsões não são um indicador fiável de performance futura e a decisão de atuar com base nas ideias e sugestões apresentadas são da responsabilidade do leitor. *Imagem ilustrativa: istockphoto. Fonte de pesquisa: br.investing.com