O rali de alta da moeda americana não para! Tivemos uma subida forte depois do par Dólar X Real (USDBRL) testar o suporte em aproximadamente R$ 3,95 e, no momento da Análise, podemos ter um evento único no Mercado: o rompimento da região de resistência entre R$ 4,1175 até R$ 4,21, inclusive com força para superar a máxima histórica em R$ 4,2425. Se confirmado, essa região que era resistência poderá funcionar como suporte num futuro próximo, em um eventual pullback.
Temos alguns fatores no cenário macroeconômico que podem ter influenciado este movimento. Um deles foi a Cessão Onerosa do Pré-Sal. Era esperado que tivéssemos uma procura maior das empresas estrangeiras em áreas de exploração de petróleo ao longo da costa carioca, mas não aconteceu. Se caso tivesse ocorrido, provavelmente teríamos uma enxurrada de dólares entrando no mercado nacional que poderia baratear o preço.
Outro ponto importante foi a declaração de Paulo Guedes nesta segunda. O Ministro da Economia disse que o “câmbio de equilíbrio” tende a ir para um lugar mais alto. O Banco Central do Brasil já apontava uma atuação para conter essa alta desenfreada anunciando uma venda de 785 milhões de dólares para essa terça.
Por fim, as palavras do presidente do Banco Central Americano (FED) também pesaram. Powell discursou ontem e disse que faz uma avaliação otimista da economia dos EUA no momento, praticamente descartando novos cortes dos juros no médio prazo.
Esse diferencial dos juros entre as moedas, Dólar e Real, com o Real “rentabilizando” mais em SWAPs num passado próximo também faz diferença a partir de agora. Antes, tínhamos uma taxa de juros mais elevada no Brasil, que poderia justificar o “prêmio” por se apostar no Real, uma moeda de um emergente contra o Dólar, já que rolagem do SWAP entre as moedas era mais interessante. Agora, com esse diferencial dos juros caindo, Selic a 5% ao ano com viés de novos cortes, esse “prêmio” pelo risco pode não despertar mais o interesse dos investidores, sendo mais um gatilho para uma busca por dólares.
Mesmo assim, para uma Análise mais completa, não podemos descartar uma quase impossível reviravolta no Mercado, a ponto dos vendedores retomarem o controle. Se caso isso ocorrer nessa região de máximas históricas, atenção para o suporte mais relevante no médio prazo em aproximadamente R$ 3,95.
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Rodrigo Rebecchi
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