Às vésperas de mais um pleito americano, o mundo segue apreensivo sobre os resultados e com o Brasil não poderia ser diferente.
Se caso Trump não conseguir a reeleição, vai ser o primeiro presidente a não conseguir o feito desde Bush pai no começo da década de 90.
Trump segue atrás nas pesquisas, mas este cenário era o mesmo na eleição anterior, quando perdia nas pesquisas para Hillary, perdeu no número total de votos por mais de 3 milhões, mas ganhou no colegiado. Será que a história poderá se repetir novamente?
É fato que o Mercado brasileiro voltará do feriado já imerso no cenário das Eleições Americanas.
Por aqui, antes mesmo de ser presidente, Bolsonaro já se alinhava com Trump, pois ambos são de direita e populistas, além de gostarem das redes sociais para se manifestarem. Bolsonaro entendia que o Brasil desperdiçava oportunidades por não ter uma relação comercial mais estreita com os americanos.
Sendo assim, se caso Trump continuar na Casa Branca, não deveremos ter grandes solavancos nos Mercados por aqui. Analistas acreditam que o alinhamento ideológico e a posição junto a órgãos multilaterais poderão ser mantidas.
Agora, e se as pesquisas forem confirmadas e Joe Biden ganhar? Como seria esta transição?
O primeiro tumulto que poderia acontecer seria uma intervenção jurídica por Trump contestando a apuração dos votos. Da última vez que isto aconteceu foram 15 dias de imbróglio mais ou menos.
Outro fator que preocupa os investidores aqui no Brasil é a visão ideológica divergente de Biden em relação a Bolsonaro. O democrata é de esquerda e costuma defender mais o meio ambiente e os direitos humanos. Até que ponto isto poderia afetar a diplomacia entre os dois países?
Só pra lembrar, em seu primeiro debate, Biden citou os problemas do desmatamento da Amazônia. Disse que seria importante os principais países do mundo se reunirem para a formação de um caixa de 20 bilhões de dólares para a preservação da floresta e afirmou que o Brasil sofreria consequências econômicas se não parasse a destruição.
O risco pode ser levemente reduzido porque cientistas políticos apontam que Biden, mesmo sendo de esquerda, ainda é mais centrista, o que já poderia reduzir um pouco os conflitos.
Ele também costuma se relacionar bem com outros líderes. Possui habilidades interpessoais, já que sabe se colocar no lugar do outro. Ao longo da sua carreira, é visto como alguém de estilo construtivo, que gosta de conversar e construir parcerias.
Se caso ganhar, mesmo que daqui pra frente as relações com o Brasil não sejam mais tão estreitas, a projeção é de que as conquistas de agenda entre ambos os países seja de interesse dos americanos também.
No Mercado Financeiro, no longo prazo, se Biden ganhar, as projeções podem ser positivas. A principal questão será o câmbio.
Se os democratas controlarem a Câmara, o Senado e a Casa Branca, a tendência pode ser de queda do dólar, porque as expectativas são de muitos gastos do governo e aumento de impostos. Historicamente os democratas tendem a gastar mais.
Uma possível queda do preço do dólar poderia ser boa para o Brasil, mas não a solução de todos os nossos problemas. No geral, um recuo do dólar em 2021 com uma vitória de Biden poderia ser um respiro para os emergentes.
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